No ensolarado Jalapão, investidores anunciam usina solar para abastecer São Félix do Tocantins
Cidade de 1,6 mil habitantes em área turística de difícil acesso terá energia renovável gratuitamente, aproveitando o potencial solar da região.
Empresários brasileiros se mobilizaram para viabilizar a primeira usina solar do Jalapão, no pequeno município de São Félix do Tocantins. O anúncio da Usina do Parque Estadual do Jalapão foi feito nesta quinta-feira (26/8) durante o evento ZMatch City, que acontece até o dia 29 de agosto.
Em 8 hectares de área pública cedida pelo município, estão sendo erguidas placas solares que serão capazes de abastecer toda a população de 1,6 mil habitantes gratuitamente. Os investidores acreditam que a usina possa atender a uma parcela da população já em 2022, e em cerca de 3 ou 4 anos seja capaz de abastecer todo o município.
"A gente conseguiu viabilizar uma usina solar aqui em 40 dias. Esse é o nosso poder juntos. Já investimos 20% da receita do evento para tornar essa iniciativa viável, e vamos continuar investindo", garante Sylvio de Barros, idealizador do projeto e CEO da ZMatch, iniciativa que busca acelerar a eletrificação da frota automotiva no Brasil.
A iniciativa tem como parceiros a Huawei, a 77Sol, a Pacto Energia e a EasySolar, que buscam viabilizar iniciativas mais sustentáveis em uma cidade com grande potencial turístico.
"A Huawei está investindo muito em usinas fotovoltaicas. No futuro, vamos prever mais tecnologia em projetos como esse, com grande foco em energia solar. O Brasil tem um potencial imenso nessa área", afirma Qing Changchun, country manager da Huawei no país.
Os responsáveis estimam que 3,3 mil toneladas de CO2 serão neutralizadas – o equivalente à absorção capaz de ser feita por 10 mil árvores. Também serão gerados 40 empregos diretos e 10 indiretos, conforme a organização.
A intenção é possibilitar o uso de energia solar para os moradores por fases, explica Luca Milani, fundador da 77 Sol, uma plataforma de economia através da energia solar. "A usina vai ser uma só, sem a instalação de painéis individuais nas casas, fornecendo energia de forma centralizada", conta Luca.
Sylvio de Barros descreve que a intenção é, pouco a pouco, não apenas neutralizar os impactos ambientais no local, mas também contribuir para a regeneração da natureza. Isso só será possível, ele acredita, com apoio da comunidade: por meio de incentivos aos moradores de forma que essa cidade turística – e, quem sabe, também outras, caso sigam o exemplo – se tornem polos de cuidado com o ambiente.
*O repórter Guilherme Justino viajou a convite para acompanhar a inauguração do projeto.
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